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Tipos de desenhos segundo a idade da criança

O desenho evolui paralelamente ao desenvolvimento da criança. O desenho não se ensina, sai de dentro da criança. Pode-se estimular um bebê de um ano e meio, por exemplo, deixando-o ter contato com algum lápis. Convém utilizar os de cera que tem a ponta arredondada e são mais gordinhos. Nessa idade, muitas crianças já poderão segurar um lápis e fazer seus primeiros rabiscos.

A orientação sim, é importante nesta etapa, nem que seja para não deixar a criança pintar as paredes, portas, chão, etc., nem tentar colocar o lápis na boca. Se puder, compre uma mesinha adequada à sua altura para que possa desenhar mais tranquilamente. No princípio, ela fará traços desordenados, irregulares, e sem nenhum tipo de controle. Os rabiscos parecerão sem sentido, mas funcionam como uma grande manifestação de prazer e diversão para a criança.

As idades das crianças e os desenhos

Aos 18 meses a criança fará rabiscos sem parar, sem sentido e desordenado, mas se divertirá muito ao descobrir o mundo das cores e os traços. Mostrará a todos o que fez, e é importante que seu público lhe responda positivamente. Sua coordenação motora nesta etapa ainda é muito precária. Essa etapa se denomina auto-expressão. Sentirá curiosidade pelas paredes, o chão, as revistas, e tentará rabiscá-los de todas as formas.

Aos 2 anos de idade, o rabisco passará a ser mais controlado e já terá outro sentido para a criança que passará a notar que existe uma relação entre os rabiscos e o movimento que faz sua mão. Irá querer desenhar sem parar e usará mais de um lápis de cor para preencher a folha. Os traços do seu desenho ocuparão partes antes desocupadas do papel. A criança, nessa idade, começará a sentir curiosidade e querer provar outros tipos de lápis e materiais. O vivenciamento predominará sobre a expressão.

Aos 30 meses de idade, a criança já será capaz de controlar um pouco mais os movimentos de sua mão, e de, inclusive, manejar o lápis. Seus traços, agora um pouco mais firmes, já não sairão da folha. A criança gozará de uma melhor coordenação e é aí que aparecerá o desenho simbólico. Cada rabisco ou desenho que consiga fazer, terá um nome e um sentido para ela. Em razão disso, a criança passará a desenhar muito mais, já que passa a ver sua criação como algo real. Um quadrado para ela pode representar uma casa. E um círculo, ainda que mal feito, pode simbolizar uma cabeça ou outra coisa. Nessa idade, a criança descreverá aos demais o que desenhou, e esperará que a entendam.

A partir dos três ou quatro anos, o desenho da criança se aproximará mais da realidade. Sentirá especial interesse em desenhar seu papai ou sua mamãe, ou seu amiguinho, irmão, primo, ou outra figura humana. O uso de cada cor terá um significado para ela. Há crianças que já demonstram preferência por algumas cores. Essa é uma etapa pré-esquemática.

Aos cinco anos, começará a desenhar mais detalhes em seus personagens e a utilizar mais cores adequadamente. Desenhará pessoas com roupa, levando algum objeto. Já a partir dos seis anos, seus desenhos terão pormenores importantes como mão com cinco dedos, orelhas, cabelos diferenciados, pessoas sentadas, etc. Também se encontrará preparada para desenhar paisagens, flores no campo, frutas nas árvores, chaminés nas casas, rios, e tudo a que se proponha.

É lógico que essas etapas servem apenas de orientação. Sempre devemos considerar que cada criança é um mundo e que cada um tem sua própria habilidade além do seu devido tempo para desenvolvê-la. E isso deve-se respeitar e não forçar.

Desenho infantil

O desenho é uma representação gráfica de um objeto real ou de uma idéia abstrata. O desenho é uma das formas de expressão mais antigas da humanidade. Utiliza-se o desenho como uma forma de comunicação desde a pré-história, quando os primeiros homens, através de pequenas figuras desenhadas nas rochas e nas paredes das cavernas, manifestavam suas idéias e pensamentos entre si.

A princípio usavam os desenhos para comunicar-se, expressar opiniões, já que todo o mundo era praticamente iletrado. Os desenhos funcionavam como escrita. Com o tempo, o desenho foi ganhando novas formas, novos traços, e foi-se aperfeiçoando até a realidade atual. O desenho é, portanto, uma representação gráfica de um objeto real ou de uma idéia abstrata.

O desenho e as etapas das crianças

O desenho é quase sempre, a primeira grande obra das crianças. Representa seu primeiro tesouro expressivo, já que através dos desenhos dizem muitas coisas de si mesmas. Pode ser que esta seja a razão pela qual muitos pais estão cada dia mais interessados pelos desenhos que fazem seus filhos. O desenho pode-se converter, em alguns casos, no termômetro do estado de ânimo da criança, já que traduz o que a criança sente, pensa, deseja, o que a deixa inquieta, alegre ou triste.


Cada criança é um mundo, e isso se vê em seus desenhos. Se você pede a um grupo de crianças que desenhe uma casinha de campo, todos os desenhos sairão diferentes. Podem parecer-se em algo, mas jamais serão iguais. Além disso, deve-se considerar que os desenhos também seguem algumas etapas que poderíamos apontar como:

- a etapa do rabisco (garatujas) - dos 3 aos 6 anos de idade
- a etapa do realismo fortuito - dos 6 aos 9 anos de idade
- a etapa do realismo falhado - dos 9 aos 12 anos de idade
- a etapa do realismo intelectual - dos 12 aos 14 anos de idade
- a etapa do realismo virtual - a partir dos 14 anos de idade

Psicomotricidade

O desenho é uma atividade espontânea e como tal, deve-se respeitá-la e considerá-la como a grande obra das crianças. Se a criança tem vontade de desenhar, anime-a sempre que o faça. O ideal seria que todas as crianças pudessem ter, desde cedo, algum contato com o lápis e o papel. Começarão com rabiscos e logo estarão desenhando formas mais reconhecíveis. Quanto mais a criança desenhar, ela se aperfeiçoará, e mais benefícios se notará no seu desenvolvimento. O desenho facilita e faz evoluir a criança na:

1- psicomotricidade fina

2- escrita e a leitura

3- confiança en sí misma

4-exteriorização de suas emoções, sentimentos e sensações

5- comunicação com os demais e consigo mesma

6- criatividade

7- formação da sua personalidade

8- maturidade psicológica

Como estimular uma criança a desenhar

É importante respeitar a espontaneidade e a naturalidade das crianças. Nessas primeiras etapas dos desenhos é aconselhável que não lhes corrija nem lhes imponham regras nem técnicas de desenho. Podem apresentar-lhes vários tipos de materiais. Além do lápis, a criança pode desenhar e pintar com lápis de cera, com marca-texto, e inclusive com pintura de dedo.

O desenho deve ser expressado com liberdade e não como uma obrigação

O desenho infantil deve ser expressado com liberdade e não como obrigação. Não freie a criatividade do seu filho. A censura só limitará sua criatividade nesta etapa.

Quase todas as idéias das crianças podem expressar-se em seus desenhos. As atividades gráficas e plásticas representam uma autêntica linguagem para as crianças. As ensinarão a desenvolver suas habilidades motoras, darão mais liberdade de expressão e enriquecerão seu mundo. O contato com diferentes materiais estimulará suas idéias e sua expressividade.

O material e a técnica

Quando existe um interesse especial da criança pelo desenho, pode-se orientá-la acerca de algumas técnicas, oferecendo-lhe diferentes materiais para que os prove. A técnica, no que ser refere ao domínio instrumental, não necessita ser ensinada. Adquire-se com a prática e experiência. A criança que gosta muito de desenhar, cada vez se sentirá atraída por outros materiais, e assim irá crescendo neste mundo tão mágico que é o desenho. Conheça alguns matreriais:

Lápis de cera por seu manejo cômodo, é o lápis ideal para os primeiros “garranchos’ das crianças. Pode-se encontrar lápis de cera de distintas formas. Com pontas finas ou arredondadas, e de todas as cores.

Giz é um material suave, leve e se quebra com facilidade. Portanto, exige algo de habilidade nas crianças para sua utilização. Normalmente a partir dos dois anos é interessante que ofereça giz e um quadro-negro à criança. O ajudará a controlar a intensidade do seu traço.

Marcadores de texto são de distintas cores e grossuras. São ideais para os traços e contornos, e podem ser utilizados em todo tipo de papel. Permite controlar a pressão muscular, desenvolver a coordenação e exercitar o sentido de responsabilidade. É difícil de apagar, e por isso exige mais responsabilidade.

Pintura Com o pincel à mão, é muito divertida sua utilização para as crianças. Permitem-lhes criar novos efeitos, descobrir as mesclas de cores, adquirir novos movimentos de coordenação, exercer distintas pressões do traço, etc. Ao pintar com a mão, a criança estará criando uma interação física e direta com o material. Desfrutará de sentidos como o tato e aroma. E favorecerá seu sentido de exploração.

O papel é tão importante como os lápis. Seu formato, tamanho, bem como sua cor, irão determinar os limites das crianças quanto ao desenho. A textura determinará o tipo de lápis que a criança vai utilizar.

Em todo caso, as crianças sempre reagirão de diferentes maneiras dependendo do tipo de material que utilizem.

Como estimular a criança a desenhar

Quando se estimula a criança a desenhar, a estará ajudando para que desenvolva sua percepção, emoção e inteligência. A criança contará com mais meios para expressar-se e adquirirá mais prática e experiências. A potencialidade criativa que tem uma criança é enorme, mas nem sempre se reconhece isso a não ser que lhes ofereçam a oportunidade de colocá-las em prática.

Uma boa forma para estimular a seu filho que desenhe é criando um espaço, um cantinho para pendurar seus desenhos. Convide-o a criar um espaço para uma exposição dos seus desenhos preferidos. Assim, quando vierem os amigos e familiares, poderão “visitar” a exposição. O local pode ser num quadro de cortiça, na porta do armário do quarto, atrás da porta da entrada da casa, ou em qualquer outro lugar.

Como interpretar os desenhos das crianças

O desenho pode ser, na infância, um canal de comunicação da criança e seu mundo exterior. Segundo os psicólogos da Unidade de Desenvolvimento Psicológico e Educativo de San Salvador, por ética, só uma pessoa especializada, como alguns psicólogos, pode interpretar os desenhos, seguindo protocolos estabelecidos para esse fim.

O especialista deve levar em conta a condição biográfica e familiar da pessoa que desenhou, bem como sua história pessoal, que servirá como marco de referência de quem está fazendo o desenho. Além disso, é necessário levar em conta que um desenho é importante, mas não define tudo. É uma expressão de sentimentos e de desejos que podem ajudar a saber, por exemplo, como se sente a criança a respeito da sua família, sua escola, etc. Através dos desenhos das crianças, pode-se observar detalhes que para uma pessoa adulta pode passar despercebido. O desenho pode ser, na infância, um canal de comunicação entre a criança e seu mundo exterior. A primeira porta que a criança abre o seu interior.

Formas de interpretação do desenho infantil

Existem algumas pistas que podem orientar os pais sobre o que diz o desenho do seu filho. No entanto, são puramente orientações. Segundo a especialista canadense, Nicole Bédard, o desenho diz muitas coisas. Exemplos:

Posição do desenho – Todo desenho na parte superior do papel, está relacionado com a cabeça, o intelecto, a imaginação, a curiosidade e o desejo de descobrir coisas novas. A parte inferior do papel nos informa sobre as necessidades físicas e materiais que pode ter a criança. O lado esquerdo indica pensamentos que giram em torno ao passado, enquanto o lado direito, ao futuro. Se o desenho se situa no centro do papel, representa o momento atual.

Dimensões do desenho - Os desenhos com formas grandes mostram certa segurança, enquanto os de formas pequenas parecem ser feitas por crianças que normalmente precisam de pouco espaço para se expressar. Podem também sugerir uma criança reflexiva, ou com falta de confiança.

Traços do desenho - Os contínuos, sem interrupções, parecem denotar um espírito dócil, enquanto o apagado ou falhado, pode revelar uma criança um pouco insegura e impulsiva.

A pressão do desenho - Uma boa pressão indica entusiasmo e vontade. Quanto mais forte seja o desenho, mais agressividade existirá, enquanto as mais superficiais demonstra falta de vontade ou fadiga física.

As cores do desenho – O vermelho representa a vida, o ardor, o ativo; o amarelo, a curiosidade e alegria de viver; o laranja, necessidade de contato social e público, impaciência; o azul, a paz e a tranquilidade; o verde, certa maturidade, sensibilidade e intuição; o negro representa o inconsciente; o marrom, a segurança e planejamento. É necessário acrescentar que o desenho de uma só cor, pode denotar preguiça ou falta de motivação.

Esses tipos de interpretação, são apenas uma pincelada dentro do grande mundo que é o desenho infantil. Não devemos generalizá-los. Cada criança é um mundo, assim como as regras de interpretação do desenho infantil. Se alguma coisa te preocupa no seu filho, e se for necessário, busque um especialista.

Desenho Infantil

Destingue-se 5 estágios:

1- Garatuja: simples riscos ainda desprovidos de controlo motor, a criança ignora os limites do papel e mexa todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão.

2 - Realismo fortuito: põe fim ao período chamado rabisco. A criança que começou por traçar signos sem desejo de representação descobre por acaso uma analogia com um objecto e passa a nomear seu desenho.

3- Realismo fralhado: descoberta da identidade forma-objecto, a criança procura reproduzir esta forma, onde a crinaça vai modificando a sua intenção inicial à medida que vai desenhando.

4- Realismo intelectual: caracteriza-se pelo facto de tudo ter que ter o máximo rigor possível, em que a criança desenha do objecto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe.

5- Realismo visual: cresce o empobrecimento, desenha o que vê.

Influencias do desenho na criança, por Luquet

  • Caracteriza a sua relação com os outros
  • Contem características dos objectos
  • Tentativa de colocar todas as características do objecto gerando uma desordem espacial
  • Influência cultural
  • Existência de uma tendência natural e voluntária da criança para o realismo.

OS PROCESSOS MENTAIS ENVOLVIDOS NO ATO DE DESENHAR

Uma das funções do desenho é evocar a forma, a estrutura, a essência dos objetos e dar forma a lembranças, sonhos, emoções. Eisner observa que a “imagem visual” aspira, não a uma réplica do mundo lá fora, mas aquele mundo muito mais real, que se situa na mente do homem.”(Pillar .1996 - pg. 20)

Para Luquet (1969), uma das atribuições universalmente citadas, e justamente para o ensino do desenho, é o desenvolvimento do sentido de observação. É certo que, fazendo desenhar a criança, se atrai a sua atenção para motivos que talvez nunca a tenham interessado e do ponto de vista mais geral, não somente gráfico mas psíquico.

Conforme Luquet seja qual for o fato que evoca a representação de um objeto, e a intenção de desenha-lo; o desenho da criança nunca é uma reprodução servil dos objetos pois a criança desenha conforme um modelo interno, a representação mental que possui o objeto à ser desenhado. Tal modelo é traduzido pela linguagem gráfica de duas dimensões, tomando a forma de uma imagem visual e todo esse processo resulta de uma elaboração muito complicada apesar da sua espontainedade.

Já na teoria de Piaget sobre aquisição de conhecimento, a criança, ao se apropriar do real, busca reconstruí-lo em termos de objeto, espaço, tempo e causalidade. Tal reconstrução se faz inicialmente via ação do sujeito sobre objetos concretos e depois se estende para o plano da representação, da simbolização, do pensamento. Ela tem estágios. Se não houvesse reconstrução, reorganização por parte do sujeito, não haveria níveis do desenho. (Pillar, 1996,pg.20)

De acordo com Piaget, “as relações entre o sujeito e o seu meio consistem numa interação radical, de modo tal que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado e é desse estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias coisas.(Pillar, 1996, Pg 20-21)

Assim, o sujeito, inicialmente indiferenciado do objeto conhecer, assimila, extrai informações do meio e necessita integrá-las, organizá-las num todo coerente. Ele necessita acomodar-se, transformar-se para integrar os novos dados. Tal fato acontece ao desenhar, onde são extraídas informações do meio e estruturadas em sistemas, os quais são modificados, reestruturados para dar conta de novos tipos de representação. (Pillar,1996, Pg.21)


Etápas gráficas

Vários estudiosos observaram e procuraram identificar e descrever as etapas gráficas do desenvolvimento do desenho, entre os mais conhecidos estão Luquet, Piaget e Lowenfeld.

Luquet, por exemplo, dividiu as etapas gráficas em Realismo Fortuito, Realismo Falhado e Realismo intelectual e realismo visual.

no Realismo Fortuito, a criança começa a fazer traços sem qualquer objetivo (não há intenção para uma representação gráfica), mesmo sabendo que os traços realizados por outrem podem querer determinar um objeto determinado e representa-lo efetivamente, a criança não considera a idéia de também possuir a mesma habilidade.É nesta fase também que podemos identificar as famosas "garatujas", e de acordo com as definições de Piaget, este é o período sensório-motor.

A princípio, para a criança, o desenho não é um traçado executado para fazer uma imagem mas um traçado executado simplesmente para fazer linhas. (Luquet, 1969 pg.145)

Em certo ponto, a criança produzirá mesmo acidentalmente uma parecença não procurada. A partir daí ela passará por uma série de transições até adquirir a totalidade das faculdades gráficas (intenção, execução e a interpretação correspondente à intenção) chegando consequentemente ao realismo intencional.

A Segunda Fase descrita por Luquet é o Realismo Falhado; quando a criança chega ao desenho propriamente dito, quer ser realista mas a sua intenção choca-se com obstáculos gráficos e psíquicos, que dificultam a sua manifestação. São exemplos de obstáculos a incapacidade para dirigir seus movimentos gráficos, o caráter limitado e descontínuo da atenção infantil e principalmente a incapacidade sintética – quando a criança não chega a sintetizar num conjunto coerente os diferentes pormenores que desenha com a preocupação exclusiva de os representar cada um por si.

A terceira fase, é a do realismo intelectual, onde a criança pretende deliberadamente reproduzir do objeto representado não só o que se pode ver mas tudo o que ali existe e dar a cada um dos elementos a sua forma exemplar.

Enfim, aos quatro anos, a criança chega ao realismo visual cuja principal manifestação é a submissão mais ou menos infeliz na execução à perspectiva. (Luquet, Pg.212)

De acordo com Piaget, é neste ponto que a criança se encontra no estágio pré-esquemático, que inicia-se por volta dos 4 anos e se estende até os 7 anos mais ou menos. Após esta fase a criança com idade entre 7 e 9 anos entra no estágio esquemático, e após os 9 anos passa para o estágio do realismo nascente, vale ressaltar que estes estágios compreendidos entre os 7 e 11 anos estão dentro do período das operações concretas.

É claro que estes estágios não são estáticos, imutáveis, existem crianças que pulam alguns estágios de desenvolvimento, e existe crianças que param de se desenvolver devido a vários fatores que influenciam em sua vida, como família, situação social e econômica,disturbios psicológicos e gosto particular.

POR QUE PARAMOS DE DESENHAR ????????

A medida que a criança cresce, desenvolve seu espírito crítico em relação aos seus trabalhos. Muitas vezes essa consciência crítica supera seu desejo de expressar-se criativamente; principalmente nos casos em que a criança passa com rapidez da infância para a adolescência em um prazo demasiado curto, não podendo ajustar-se com suficiente brevidade à sua nova consciência crítica e ficando assim, insatisfeita com suas realizações. Acha tudo “infantil e mal feito”.
Quando isto sucede com muita frequência e nada se faz para remediar, a criança perde interesse pela arte e suspende completamente, as suas atividades artísticas. Já não pode desenhar coisa alguma, porque devido à sua repentina “tomada de consciência” crítica passa a perceber a pobreza dos seus meios infantis de expressão. Seus desenhos lhe parecem até ridículos, da mesma maneira como certos folguedos infantis, por exemplo, o “esconde-esconde”, lhe parecem indignos da sua atual “maturidade”.(Lowenfeld, 203).
Também Luquet exemplifica como se dá o abandono da criança pela atividade do desenho. Conforme sua teoria, esse desinteresse é produzido na idade em que a criança chega à concepção do realismo visual – com a sua conseqüência fundamental: a perspectiva; os desenhos que executava anteriormente de acordo com o realismo intelectual já não satisfazem o seu espírito crítico desenvolvido, e sente-se incapaz de fazer desenhos como quereria fazer.
Porém Luquet em sua obra “O Desenho Infantil”, além de exemplificar como se dá o abandono do interesse do ato de desenhar pela criança, também propõe sugestões de como evitar esse abandono. Conforme Luquet, o ensino do desenho deve visar não a acelerar artificialmente a evolução espontânea do desenho, a fazer desenhar em realismo visual quando a criança ainda quer desenhar em realismo intelectual, mas por a criança em estado de desenhar convenientemente em realismo visual quando tenha esta intenção.
Isso deve ser feito preferencialmente ensinando os principais efeitos da perspectiva, mostrando-lhes fatos em objetos de seu quotidiano e exercitando o desenho tanto quanto possível ao natural.
Mas para Luquet, a principal atitude do educador deve ser a de “apagar-se”, deixar a criança desenhar o que quer, propondo-lhe temas sempre que ela necessite e sobretudo quando lhe pede, fazendo sempre com que estas sugestões não soem como imposições e sobretudo DEIXÁ-LA DESENHAR COMO QUER, A SEU MODO.

SOMBREAMENTO e COR

Estou colocando aqui endereço de um site de como trabalhar com luz e sombra, muito legal!!!

http://www.sobrearte.com.br/desenho/sombreamentoecor/aulas/031_esfera_sombra/index.htm

ESTUDO DAS CORES

As cores fazem parte do nosso dia a dia impregnadas de simbologia e significados. Na natureza estão distribuídas harmoniosamente inspirando o homem na hora de sua aplicação nas artes, na moda, publicidade, etc. Para melhor dominar o seu uso enquanto pigmento, identifique suas características, efeitos, harmonia e temperatura.

Círculo cromático: As cores que estudaremos a seguir são baseadas nas demonstradas no círculo cromático disponível ao lado.

Veja o código das cores de acordo com os números:

1ª = primárias

2ª = secundárias

3ª = terciárias

PRINCIPAIS CORES


Cores Primárias:

O amarelo, o azul e o vermelho são cores primárias. Ou seja, elas são puras, sem mistura. É a partir delas que são feitas as outras cores.

Amarelo Azul Vermelho

Cores secundárias:

O verde, o laranja e o roxo são cores secundárias. Cada uma delas é formada pela mistura de duas primárias.

(Amarelo + Azul) Verde

(Amarelo + Vermelho) Laranja

(Azul + Vermelho) Roxo

Cores terciárias:

As cores terciárias são resultante da mistura de cores primárias com secundárias como exemplificado nas misturas abaixo.

(Vermelho + Roxo) Vermelho arroxeado

(Vermelho + Laranja) Vermelho alaranjado

(Azul + roxo)

Azul arroxeado

(Amarelo + Laranja) Amarelo alaranjado (Amarelo + Verde) Amarelo esverdeado

(Azul + verde)

Azul esverdeado

Cores neutras:

O preto o branco e o cinza, em todas as suas tonalidades, claras ou escuras formam as cores neutras. As demais cores, quando perdem o seu colorido pela excessiva mistura com o preto, o branco ou o cinza, também se tornam cores neutras. As mais comuns são o marrom e o bege.

EFEITOS CROMÁTICOS

Manipulando as cores é possível obter diversos efeitos cromáticos. Entre eles destacam-se os seguintes:

Monocromia:

Corresponde à variação tonal de apenas uma cor com nuanças para o claro quando misturada ao branco ou para o escuro com a obtenção do acréscimo do preto.

Tonalidade:

É a variação tonal de uma cor, que pode ser conseguida num processo de escala ou dégradé.

Policromia:

Ocorre numa composição com a combinação de mais de três cores organizadas separadamente.

Matiz:

Matiz é a característica que define e distingue uma cor. Vermelho, verde ou azul, por exemplo, são matizes. Para se mudar o matiz de uma cor, acrescenta-se a ela outro matiz.

HARMONIA CROMÁTICA

Cores análogas:

São as cores que não apresentam contraste entre si. Elas são constituídas de uma base cromática em comum. São vizinhas no disco cromático.

Cores complementares:

São cores contrastantes entre si. Nelas não há pigmentos em comum, por isso quando misturadas formam, completam a soma de todas as cores. No disco cromático estão localizadas em posição oposta.

TEMPERATURA DAS CORES

Cores quentes: São as cores que transmitem calor, alegria e luz, a exemplo do amarelo, laranja e vermelho. Cores frias: Caracteriza-se pelas cores menos vibrantes, melancólicas, calmas comum do verde, roxo e azul

EFEITO DE PROFUNDIDADE

Alguns recursos permitem visualizar a composição como um espaço tridimensional tornando-a mais realista. Entre eles estão:

Planos compositivos: Estão localizados entre a margem inferior e a linha de fundo da composição. Quando um objeto se distancia do observador sua base parece ocupar um degrau acima (efeito degrau) saindo do primeiro deslocando-se para o segundo ou terceiro plano ate se aproximar da linha de fundo.


Sobreposição de formas: Com os objetos menores na frente a sobreposição de formas é um recurso fundamental para ajudar na ilusão de profundidade do espaço compositivo. Facilita na percepção dos elementos que estão no primeiro, segundo ou terceiro plano.

Variação de escala: É percebida quando vários objetos com dimensões iguais estão dispostos em distâncias diferentes em relação ao observador. Os mais próximos parecem maiores e os distantes menores como se a escala de suas proporções fosse alterada.



Quando aplicado conjuntamente o efeito degrau, gerado pelos planos compositivos, a sobreposição de formas, e a variação de escala, estes recursos proporcionam ao espectador a idéia de maior profundidade na composição.

ATENÇÃO!

Evitar objetos sobrepostos e enfileirados lateralmente sem o uso do efeito degrau. Este procedimento passará, ao observador, a idéia de que os objetos estão ocupando o espaço físico uns dos outros.



Se o objeto do primeiro plano estiver com sua base acima da base do objeto do segundo plano, dará a idéia de que está flutuando.

EQUILÍBRIO

Na composição artística cada forma representada tem seu peso expresso por suas dimensões, distância e valores. Portanto, a busca do equilíbrio é conseguida pela compensação entre as formas.

Como veremos nas ilustrações abaixo, a idéia de gangorra ajuda na compreensão do equilíbrio compositivo.

Evite acumular objetos, num dos lados da composição. Descentraliza e sugere falta de equilíbrio.

Objetos maiores distantes do centro de equilíbrio compositivo precisam de contrapeso equivalente.

Objetos maiores próximos ao centro compositivo facilita muito no equilíbrio.


UNIDADE COMPOSITIVA

Uma composição deve ser entendida como um corpo onde todos os seus elementos estão interligados formalmente.


Objetos distantes uns dos outros mostram-se confusos e eliminam a idéia de que fazem parte de um conjunto, perdendo a unidade.


Uma proposta que não permite erros de unidade formal é interligar os objetos usando o recurso da sobreposição de formas, na qual os menores ficam na frente.

ENQUADRAMENTO COM MAIS DE UM OBJETO

Além do uso das margens, a maioria dos procedimentos de enquadramento compositivo com mais de um objeto seguem os mesmos critérios orientados no enquadramento com apenas um elemento. Veja as particularidades:

Posição do papel: Dependendo da distribuição dos objetos a sua representação gráfica deve ser feita num papel em posição horizontal ou vertical.


Objetos organizados horizontalmente, para melhor se ajustar ao enquadramento compositivo, precisam ser representados num papel em posição horizontal.



Numa composição com diversos objetos, o artista pode escolher a posição que pretende usar o papel de desenho. Para isso, basta redistribuir os motivos, como mostra o exemplo ilustrativo ao lado. No interior do papel vertical estão representados os objetos organizados verticalmente.


Proporção figura e fundo: Numa composição encontram-se objetos pequenos e grandes. Por esse motivo a proporção figura e fundo considera o conjunto da obra.

Quando representados muitos pequenos os objetos ficam desvalorizado, sem destaque no contexto compositivo. Além de não se harmonizar figura e fundo, também não há aproveitamento do espaço disponível.


Objetos exageradamente grandes no enquadramento, violando os limites das margens, tornam-se agressivos visualmente. Parecem sufocados, inadequados ao espaço que ocupam.


A harmonia do conjunto em relação ao espaço de representação torna-se evidente quando a proporção dos motivos se ajustam ao enquadramento. A ilustração ao lado é um exemplo ideal de proporção figura e fundo.

Centralização do conjunto: Idêntico aos objetos individuais é preciso saber centralizar o conjunto segundo os critérios de equilíbrio.

O conjunto centralizado com os objetos maiores próximos ao centro compositivo facilita no equilíbrio.


Evite acumular objetos, num dos lados da composição. Descentraliza e sugere falta de equilíbrio.




Objetos maiores num dos lados da composição mesmo com o conjunto centralizado impede o equilíbrio.


Linha de fundo: Por representar a borda posterior do suporte que sustenta os objetos, a linha de fundo sempre deve estar atrás de todos os elemento do conjunto compositivo.

Nenhum componente da composição deve ser representado sobre a linha de fundo. Assim transmitirá a idéia de que estão prestes a cair.

Em alguns casos, um ou outro motivo pode aproximar-se da linha de margem inferior ou ser cortado por ela. Só não é indicado ficar sobre a mesma como mostra a ilustração a baixo.

ENQUADRAMENTO DE UM OBJETO

Tão importante quanto à representação gráfica de um objeto, é o seu correto enquadramento no espaço compositivo.

Sobre as margens: Após o traçado das margens que definem os limites do enquadramento, o espaço de representação deve ser analisado considerando o motivo ou o conjunto de motivos que vão ocupá-lo. Para obter o melhor resultado, considere as orientações a seguir:

A posição do papel deve ser ajustada a posição vertical ou horizontal, proporcional ao objeto:

Objeto com a forma predominantemente horizontal deve ser representado num papel em posição horizontal.



Objeto com a forma predominantemente vertical deve ser representado num papel em posição vertical.


Quando a posição (vertical ou horizontal) do objeto não obedece à posição (vertical ou horizontal) do papel ocorre desperdício do espaço compositivo.

Proporção figura e fundo: Para que o motivo apresente proporção coerente ao espaço compositivo, ele não pode ser representado muito pequeno nem muito grande.

Objeto pequeno, em relação ao todo do enquadramento, sugere desperdício do espaço de representação.



Objetos grandes, bem próximo ou tocando nas margens parecem sufocados pelos limites do enquadramento.


Buscar sempre uma proporção ideal, deixando áreas livres em todos os lados do objeto.


Centralização: É necessário centralizar o objeto no contexto do enquadramento, para ajudar na idéia de equilíbrio.

A centralização impede que o objeto fique em posição lateral, como visto ao lado, prejudicando o equilíbrio.


A linha de margem inferior não pode ser usada como suporte para a representação de objetos. Compromete a centralização do enquadramento.


Qualquer objeto representado predominantemente no espaço superior do enquadramento afeta negativamente as orientações de centralização.


No exemplo ao lado temos um objeto corretamente centralizado.



Linha de Fundo: É a linha horizontal que passa por traz de um ou mais objetos numa composição artística e representa a borda superior do suporte (mesa ou qualquer outro móvel) sobre o qual o objeto foi colocado.

Evite colocar a base do objeto sobre a linha de fundo para não dar a idéia de que está prestes a cair (ver ilustração abaixo).


A melhor proposta é situar o objeto em qualquer espaço entre a linha de margem inferior e a linha de fundo.


É bom lembrar que além da linha de fundo, a linha de margem inferior também não pode ser usada como suporte de apoio para a representação de objetos. Como já visto anteriormente, esta situação compromete a centralização do enquadramento.

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